Maria Carolina de Jesus, nascida em 1914 em Sacramento, Minas Gerais, é reconhecida como uma das maiores escritoras brasileiras do século XX. Natural de uma família humilde, interrompeu os estudos ainda jovem para ajudar no sustento da casa. Em primeiro lugar, ela se mudou para São Paulo em busca de melhores condições de vida, onde se estabeleceu na favela do Canindé. Trabalhando como catadora de papel, Carolina se dedicava para sustentar a si mesma e seus três filhos.
++ Chocante: explosões na praça dos três poderes, em Brasília, deixa vítima fatal
Nesse contexto de extrema pobreza, Carolina começou a registrar suas experiências em cadernos encontrados no lixo. Ademais, seus escritos passaram a ser um reflexo poderoso da dura realidade dos moradores de favelas. Em 1960, seu diário foi publicado sob o título Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, alcançando rapidamente sucesso tanto no Brasil quanto no exterior.
Além disso, Carolina denunciou as condições desumanas e a invisibilidade social impostas aos pobres, utilizando uma linguagem simples, mas de grande impacto. Sobretudo, seu trabalho soou como um grito de resistência, demonstrando sua persistência diante das adversidades.
++ Inteligência artificial recria rosto de Jesus do Santo Sudário; confira
O impacto de Quarto de Despejo foi profundo e transformador. O livro vendeu milhares de cópias em poucos meses, sendo traduzido para mais de uma dezena de idiomas. Esse sucesso consolidou Carolina como uma das primeiras escritoras negras brasileiras a alcançar reconhecimento internacional. Além disso, seu trabalho provocou reflexões sobre as desigualdades sociais no Brasil, tanto no público brasileiro quanto fora do país.
Apesar do enorme sucesso, Carolina enfrentou muitas dificuldades após a fama. O rendimento de sua escrita não garantiu sua estabilidade financeira, e ela continuou vivendo com poucos recursos até sua morte em 1977. Contudo, o legado de Maria Carolina de Jesus permanece vivo.