Um estudo recente conduzido pelo Instituto de Medicina Aeroespacial do Centro Aeroespacial Alemão revelou que consumir álcool durante um voo pode ser mais prejudicial à saúde do que se imaginava. A pesquisa, a primeira a investigar os efeitos combinados da hipóxia hipobárica (falta de oxigênio em altas altitudes) e do consumo de álcool durante o sono, sugere que essa prática coloca pressão adicional no sistema cardiovascular.
Os cientistas dividiram 40 voluntários em dois grupos. Um simulava condições normais ao nível do solo, enquanto o outro reproduzia a pressão da cabine de uma aeronave voando a cerca de 2.400 metros de altitude. Alguns participantes consumiram álcool equivalente a duas latas de cerveja ou duas taças de vinho, enquanto outros permaneceram sóbrios.
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Os resultados mostraram que, em altitudes simuladas, o nível de oxigênio no sangue era significativamente menor e a frequência cardíaca, mais alta, especialmente entre aqueles que consumiram álcool. Isso indica maior esforço do coração para compensar a falta de oxigênio, uma condição preocupante para pessoas com problemas cardiovasculares.
Embora o estudo tenha sido realizado com indivíduos jovens e saudáveis, os pesquisadores acreditam que os impactos podem ser ainda mais pronunciados em pessoas idosas ou com condições pré-existentes. Eles destacam que os passageiros devem repensar o hábito de consumir bebidas alcoólicas durante voos, especialmente em viagens de longa duração.
“Pequenos ajustes nos hábitos de voo podem reduzir significativamente os riscos à saúde”, afirmam os autores. Eles sugerem que companhias aéreas e organizações de saúde promovam campanhas de conscientização sobre o tema, mesmo reconhecendo as limitações técnicas e econômicas de mudanças como aumentar a pressão nas cabines.
Com base nesses dados, especialistas recomendam cautela e moderação ao misturar álcool e voos, reforçando que a segurança deve estar acima do conforto momentâneo.