Laços de amizade podem influenciar o microbioma, afirma estudo publicado na revista Nature. Gestos simples, como uma refeição compartilhada ou um beijo na bochecha, aproximam as pessoas e, surpreendentemente, seus microbiomas também.
Quanto mais as pessoas interagem, mais parecidos se tornam os microrganismos em seus intestinos. O estudo, liderado por Nicholas Christakis, da Universidade de Yale, revela que o microbioma é moldado não apenas pela dieta, mas também pelas interações sociais.
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Os pesquisadores foram até a selva de Honduras, onde mapearam as relações sociais de moradores de vilarejos isolados. Ali, as interações face a face e a baixa exposição a alimentos processados e antibióticos proporcionaram um ambiente ideal para a pesquisa.
Os resultados mostraram que casais e moradores da mesma casa compartilhavam até 13,9% das cepas microbianas. Já amigos que passavam tempo juntos compartilhavam 10%, enquanto pessoas que moravam no mesmo vilarejo, mas não interagiam tanto, compartilhavam apenas 4%.
O estudo também identificou correntes de transmissão de micróbios, onde amigos de amigos tinham mais semelhanças microbianas do que pessoas que se encontraram aleatoriamente.
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Esses achados, portanto, ampliam a compreensão sobre a influência das relações sociais no microbioma e podem ajudar a identificar novos fatores de risco para doenças como hipertensão e depressão.