Mulheres e o sono interrompido: o que a ciência começa a revelar

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Pesquisas recentes começam a explorar as razões pelas quais as mulheres tendem a ter um sono mais interrompido e menos restaurador do que os homens. Embora a ideia seja amplamente aceita, ainda faltam evidências robustas que expliquem a diferença. Um estudo da Universidade do Colorado em Boulder, publicado na revista Scientific Reports, oferece novas pistas a partir de experimentos com animais.

A pesquisa utilizou 267 ratos monitorados em ambientes controlados, com sensores de movimento ultrassensíveis que registraram seus padrões de sono. Embora o comportamento dos roedores seja muito diferente do humano, os dados trazem hipóteses interessantes sobre as diferenças sexuais no descanso.

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Os ratos possuem um padrão de sono polifásico, ou seja, dormem em vários períodos curtos ao longo do dia. Mesmo assim, os resultados mostraram que os machos dormiram cerca de uma hora a mais por dia do que as fêmeas, alcançando maior tempo no sono NREM — fase associada à restauração do corpo e da mente. Além disso, o sono das fêmeas foi significativamente mais fragmentado.

Os pesquisadores levantaram hipóteses para explicar essa diferença. Uma delas sugere que o sono fragmentado pode ter um propósito evolutivo, relacionado à proteção da prole, como observado em outras espécies, como peixes-zebra e pássaros. Outra possibilidade está nos hormônios sexuais e nos níveis de cortisol, que influenciam os ciclos de vigília e descanso.

Embora os resultados sejam preliminares e se baseiem exclusivamente em animais, a pesquisa destaca a importância de incluir diferenças sexuais em estudos sobre sono, tanto em contextos clínicos quanto laboratoriais. Isso é crucial para o desenvolvimento de medicamentos e terapias mais eficazes no tratamento de insônia e outros distúrbios.

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“A falta de atenção às diferenças entre os sexos pode levar a interpretações equivocadas nos dados de pesquisa”, alerta Grant Mannino, neurocientista e autor principal do estudo.

O próximo passo dos cientistas é explorar como essas diferenças biológicas podem ser aplicadas ao entendimento do sono humano, considerando fatores hormonais e sociais que influenciam diretamente o descanso, especialmente no caso das mulheres.

 

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