Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém fizeram uma descoberta inovadora sobre como o corpo humano detecta sabores amargos. Um estudo publicado na revista Nature Communications revelou que o receptor TAS2R14, responsável por identificar moléculas amargas, opera de maneira mais complexa do que se imaginava.
Utilizando técnicas avançadas de microscopia eletrônica, a equipe analisou como o ácido flufenâmico, um composto presente em alguns anti-inflamatórios, interage com o receptor. Surpreendentemente, foi identificado que a molécula se liga não apenas à parte externa do receptor, como já era conhecido, mas também a um ponto interno. Essa dupla ligação simultânea desafia a visão tradicional sobre o funcionamento dos receptores gustativos.
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O TAS2R14, além de atuar nas papilas gustativas, também está presente em outros sistemas do corpo, como o respiratório, cardiovascular e digestivo. Essa distribuição sugere que sua função vai muito além da percepção de sabores, podendo estar associada a condições de saúde ainda pouco compreendidas.
Para os cientistas, a descoberta pode ter implicações significativas no desenvolvimento de medicamentos mais agradáveis ao paladar e na compreensão de doenças ligadas à atuação desse receptor fora da boca.
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“Essa nova conexão é essencial para entender tanto a percepção de alimentos quanto as relações com distúrbios associados ao TAS2R14”, destacaram os autores do estudo.
Com essa nova perspectiva, o campo de pesquisa sobre receptores gustativos ganha um horizonte promissor, trazendo possíveis avanços em tratamentos médicos e no aprimoramento de experiências sensoriais.