Uma campanha inusitada está usando colheres como ferramenta de resgate para mulheres em risco de casamentos forçados na Europa. Essa prática, que afeta milhões de pessoas globalmente, leva vítimas a serem enviadas contra sua vontade para outros países, onde são obrigadas a casar.
A ideia surgiu no Reino Unido, em 2011, como uma maneira de oferecer ajuda discreta. Mulheres que se sentem ameaçadas podem esconder uma colher na roupa íntima ao passarem pela segurança do aeroporto. Quando o objeto é detectado, as autoridades podem intervir sem chamar atenção, oferecendo à vítima uma chance de escapar e relatar sua situação.
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Natasha Rattu, diretora da organização Karma Nirvana, explicou o raciocínio por trás dessa abordagem. “É um sinal discreto que cria uma oportunidade segura para que a pessoa seja retirada do ambiente de risco e converse com a equipe de segurança”, disse em entrevista ao Deutsche Welle.
Com a evolução tecnológica nos aeroportos, que substituíram os detectores de metais por sistemas mais avançados, há o risco de a colher passar despercebida. Mesmo assim, autoridades lembram que existem outras formas de pedir ajuda, como gestos manuais ou comunicações diretas com os serviços de emergência.
“Os funcionários em aeroportos, como o de Berlim-Brandemburgo, estão treinados para reconhecer sinais e prestar assistência de imediato”, afirmou Alina Müller, da Polícia Federal de Berlim.
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Segundo dados globais, mais de 22 milhões de pessoas vivem em casamentos forçados. Iniciativas como a campanha da colher demonstram o quanto a criatividade e a conscientização podem ser ferramentas poderosas para enfrentar um problema tão grave e complexo.
Seja por métodos discretos ou por sinais diretos, o objetivo é garantir que essas mulheres tenham uma oportunidade de escapar, oferecendo a elas segurança e dignidade em situações que ameaçam suas liberdades mais básicas.