Cientistas anunciaram a descoberta de uma nova espécie humana chamada Homo juluensis, que viveu na China há aproximadamente 200 mil anos. Os fósseis, pertencentes a 16 indivíduos, foram encontrados junto a artefatos de pedra e ossos de animais, revelando detalhes sobre a vida dessa espécie extinta.
Características físicas
De acordo com o estudo, os Homo juluensis tinham cabeças grandes, crânios largos e dentes impressionantemente grandes, maiores que os dos Neandertais e do Homo sapiens. Apesar dessa diferença no tamanho dos crânios, os pesquisadores alertam que isso não implica uma inteligência superior à dos humanos modernos.
As semelhanças entre os molares dos Homo juluensis e os dos denisovanos, uma linhagem humana extinta descoberta em 2008 na Sibéria, foram significativas. A análise das superfícies de mordida revelou que os dentes das duas espécies eram quase idênticos. Por isso, os pesquisadores sugerem que os denisovanos podem não ser uma espécie distinta, mas sim uma população do Homo juluensis.
Estilo de vida
A pesquisa revela que os Homo juluensis eram caçadores habilidosos que viviam em pequenos grupos. Eles utilizavam ferramentas de pedra para caçar animais, como cavalos selvagens, e processavam os corpos para aproveitar carne, medula e peles. As peles eram transformadas em roupas, fundamentais para sobreviver ao clima frio e seco da época.
Os restos fossilizados foram encontrados em Xujiayao, na China, junto a milhares de artefatos que sugerem hábitos organizados de caça e uso de recursos.
Formação e Extinção
O Homo juluensis provavelmente surgiu durante o período Quaternário Tardio, que começou há cerca de 300 mil anos. Essa era foi marcada por grandes mudanças climáticas, incluindo períodos glaciais que causaram temperaturas extremas. Por viverem em pequenos grupos, eles eram mais vulneráveis a essas mudanças climáticas.
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A chegada dos Homo sapiens ao leste asiático, há cerca de 120 mil anos, também contribuiu para o desaparecimento da espécie. A competição por recursos e o cruzamento genético com humanos modernos podem ter levado ao declínio do Homo juluensis.
Importância da descoberta
O estudo, publicado na revista Nature, oferece uma nova perspectiva sobre a evolução humana. Os pesquisadores ressaltam que o registro fóssil no leste asiático é mais diversificado do que se pensava, indicando a coexistência de várias linhagens humanas durante o Quaternário Tardio. A pesquisa foi liderada por pesquisadores da Universidade de Honolulu e da Academia Chinesa de Ciências.