O que está por trás do aumento no preço do azeite; ciência explica

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Nos últimos doze meses, o preço do azeite no Brasil disparou, com um aumento significativo de quase 50%, superando em muito a inflação do período.

As mudanças climáticas não impactam apenas o meio ambiente, mas também têm efeitos diretos nos custos dos produtos que consumimos diariamente. Um exemplo claro é o recente aumento no preço do azeite. Nos últimos doze meses, o preço do azeite registrou um aumento impressionante de quase 50%.

Como o calor extremo está afetando as oliveiras

  • As oliveiras utilizam as mudanças de temperatura para determinar o momento certo da floração.
  • No entanto, temperaturas excessivamente altas podem fazer com que as flores desabrochem precocemente, resultando em azeitonas de menor qualidade e quantidade.
  • Em situações de seca extrema, as oliveiras podem até não produzir frutos.
  • Esses problemas têm sido particularmente graves no sul da Europa, a principal região produtora de azeite do mundo.
  • Na safra de 2022/23, a produção foi um terço menor em comparação com a safra anterior.
  • A colheita da nova safra só começa em outubro, mas os estoques atuais estão baixos, o que mantém os preços elevados.

Expectativas para o futuro do preço do azeite

No Brasil, o preço do azeite já subiu 49% nos últimos doze meses, em contraste com a inflação geral de 4% no mesmo período. Uma garrafa de 500 ml, que antes custava menos, agora é encontrada nas prateleiras dos supermercados por cerca de R$ 50.

Especialistas preveem que a safra deste ano no sul da Europa será melhor do que a do ano passado, mas uma recuperação completa pode levar de dois a três anos, dependendo das condições climáticas. Como as oliveiras são uma cultura permanente, elas precisam de tempo para se recuperar após eventos climáticos extremos.

Isso indica que o preço do azeite deve permanecer elevado ou até mesmo aumentar, especialmente devido à alta do dólar. O Brasil é o segundo maior mercado consumidor de azeite do mundo e também o segundo maior importador, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Os brasileiros consomem cerca de 100 milhões de litros de azeite por ano, sendo que mais de 99% desse volume é importado.

Portugal é o principal fornecedor de azeite para o Brasil. Em 2023, o país importou cerca de 47 milhões de litros de azeite português, quase quatro vezes mais do que o volume importado da Espanha, que ocupa o segundo lugar, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

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