Pesquisadores estão cada vez mais intrigados com a expansão do universo, que parece estar acontecendo em um ritmo mais acelerado do que as teorias atuais preveem. Novos dados coletados pelo telescópio espacial James Webb reforçam descobertas anteriores e levantam mais perguntas do que respostas sobre os fatores que impulsionam esse comportamento inesperado.
O James Webb, reconhecido como o telescópio mais poderoso já lançado ao espaço, corroborou medições realizadas pelo Hubble, indicando que a taxa de expansão do universo — conhecida como Constante de Hubble — é cerca de 8% mais rápida do que o estimado com base nas condições iniciais do cosmos. Esse fenômeno, chamado de “Tensão de Hubble”, aponta para possíveis lacunas no conhecimento atual sobre os componentes que dominam o universo: matéria escura e energia escura, que juntas somam 96% de sua composição.
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Adam Riess, astrofísico da Universidade de Maryland e líder da pesquisa, destacou a importância das novas medições. “Os resultados do Webb confirmam o que o Hubble já indicava há anos. O universo está se expandindo mais rápido do que conseguimos explicar com nossas melhores teorias”, afirmou.
A pesquisa utilizou a galáxia NGC 4258 como ponto de referência para medir distâncias cósmicas com precisão. As medições do Webb chegaram a uma taxa de 72,6 km/s/megaparsec, muito próxima da obtida pelo Hubble, que foi de 72,8 km/s/megaparsec, mas ambas reforçam a discrepância em relação aos cálculos teóricos.
A resolução desse enigma, segundo especialistas, pode demandar uma revisão profunda no entendimento das forças e partículas fundamentais que moldaram o universo primordial. “Uma das explicações possíveis seria a existência de um componente de energia escura que agiu logo após o Big Bang”, sugeriu o cosmologista Marc Kamionkowski. Ele também apontou outras hipóteses criativas, como propriedades incomuns da matéria escura ou mudanças em partículas fundamentais, como os elétrons.
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Enquanto cientistas se debruçam sobre esse quebra-cabeça, a “Tensão de Hubble” continua a ser uma das questões mais desafiadoras da cosmologia moderna, com potencial para transformar a compreensão sobre o universo e sua evolução.