Entre os organismos mais resistentes da Terra, o Deinococcus radiodurans se destaca por sua impressionante habilidade de sobreviver a condições extremas que seriam letais para a maioria dos seres vivos, como altas doses de radiação, temperaturas congelantes e até ácidos corrosivos. Conhecido popularmente como “Conan, a Bactéria”, esse micróbio pode suportar níveis de radiação que matariam um ser humano mais de mil vezes.
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A chave para a resistência desse micróbio está em seus poderosos antioxidantes, que protegem suas células dos danos causados pelos radicais livres de oxigênio. Cientistas da Universidade Northwestern e da Universidade de Serviços Uniformes dos Estados Unidos analisaram a química por trás dessa resistência e descobriram como o organismo consegue reparar seu material genético e manter sua estrutura intacta.
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Quando expostas a radiação ou outras formas de estresse, as células de organismos comuns ficam sobrecarregadas por moléculas de oxigênio reativo, que podem causar danos irreversíveis. Para se proteger, o Deinococcus radiodurans desenvolveu uma combinação de antioxidantes baseada no manganês, que neutraliza esses efeitos tóxicos. Essa estratégia é mais eficiente quando o manganês é combinado com fosfato e peptídeos, formando um “escudo” poderoso contra a radiação.
Em 2022, uma pesquisa comprovou que o Deinococcus radiodurans pode resistir a até 140.000 grays de radiação — uma dose letal para humanos em uma fração dessa quantidade. Esse feito gerou grande interesse nas indústrias de saúde, defesa e exploração espacial, que veem na descoberta o potencial para criar materiais e processos mais resistentes à radiação. O objetivo é aplicar essas descobertas em áreas como preservação de alimentos, medicamentos e, até mesmo, em missões espaciais para Marte. A imitação dos mecanismos de defesa dessa bactéria poderia revolucionar vários setores e permitir que enfrentássemos desafios extremos com mais eficácia.