Estudo alerta para risco de contaminação de aquíferos costeiros com água salgada

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Um estudo do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA revelou que três em cada quatro aquíferos costeiros — reservatórios naturais de água doce — podem sofrer contaminação por água salgada até 2100. O fenômeno, associado ao aumento do nível do mar provocado pelas mudanças climáticas, ameaça o abastecimento de água potável em regiões habitadas próximas às costas.

A pesquisa, publicada na revista Geophysical Research Letters, analisou mais de 60 mil bacias hidrográficas espalhadas pelo mundo. Esses reservatórios dependem do ciclo das chuvas e do derretimento de neve para se recarregar, mas alterações no clima, como mudanças nos padrões de precipitação e o aquecimento global, têm dificultado esse processo. Com o avanço do oceano em direção ao continente, a água salgada invade o espaço da água doce, um fenômeno conhecido como “intrusão salina”.

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De acordo com os cientistas, a pressão crescente do mar e a redução no volume de água doce facilitam a infiltração da água salgada. Sem uma reposição adequada nos aquíferos, o avanço salino tende a se intensificar.

O impacto será significativo, especialmente em áreas costeiras densamente povoadas, que dependem dessas reservas para consumo e agricultura. Grandes ecossistemas também podem ser prejudicados, ampliando os desafios ambientais.

Embora o estudo ofereça uma visão global do problema, os pesquisadores alertam que soluções únicas não existem. Cada região precisará de análises específicas para entender qual fator representa o maior risco: a intrusão salina ou a dificuldade de reposição das reservas com água doce.

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Entre as estratégias sugeridas, está a criação de barreiras subterrâneas ou sistemas que desviem o fluxo das águas, impedindo o contato com a água salgada. No entanto, a implementação dessas soluções exige investimentos significativos em engenharia e planejamento, principalmente devido à alta densidade populacional das áreas costeiras.

“Este estudo revela a vulnerabilidade das reservas costeiras e a necessidade urgente de ações coordenadas para mitigar o avanço da água salgada”, concluíram os autores, ressaltando que os impactos, embora invisíveis no dia a dia, representam um desafio crescente para as próximas décadas.

 

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