Por mais popular que o Natal seja hoje, houve um período em que a data foi proibida na Inglaterra. Entre 1645 e 1660, o feriado foi alvo de uma política moralizante liderada por puritanos, que o consideravam um desvio religioso. Essa proibição surgiu em meio à guerra civil que dividiu o país e resultou no colapso da monarquia e no breve período republicano sob o comando de Oliver Cromwell.
Antes do conflito, os natais na corte do rei Charles I eram extravagantes, com banquetes, danças e espetáculos teatrais. Porém, as tensões entre o rei e o Parlamento, agravadas por diferenças religiosas, culminaram em uma guerra civil na década de 1640.
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Os puritanos, que apoiavam o Parlamento, criticavam a forma como o Natal era celebrado, afirmando que a data tinha origens pagãs e carecia de base bíblica. Em 1645, o Parlamento proibiu o feriado, tratando-o como um dia comum de trabalho.
Durante o período de proibição, soldados arrancavam decorações das ruas, lojas eram forçadas a abrir, e celebrações clandestinas eram reprimidas. Mesmo assim, a população resistia. Relatos históricos mencionam protestos em várias cidades, incluindo uma revolta em Canterbury, onde cidadãos se recusaram a trabalhar no dia 25 de dezembro e enfrentaram as autoridades.
A repressão, no entanto, teve efeitos inesperados. Sem o peso religioso, o Natal foi celebrado em segredo com foco em comida, bebida e diversão, o que reforçou sua associação com tradições não cristãs.
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Com a morte de Cromwell em 1658 e a restauração da monarquia em 1660, Charles II trouxe de volta as festividades. O Natal ressurgiu com ainda mais força, abraçando uma mistura de tradições religiosas e pagãs.
Hoje, o legado dessa tentativa de banimento ainda é lembrado como um exemplo de como o feriado sempre foi uma combinação de influências culturais, resistindo a esforços para moldá-lo a uma única visão. A história do Natal na Inglaterra é um lembrete de que a data, embora querida por muitos, nunca esteve isenta de disputas sobre seu significado.