Contar ou não a verdade sobre o Papai Noel para as crianças: o que dizem os psicólogos?

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Todos os anos, com a chegada do Natal, pais e mães se deparam com uma dúvida comum: contar ou não a verdade sobre o Papai Noel para as crianças? Não há consenso entre especialistas, como educadores e psicólogos, sobre o momento ou a forma ideal de revelar essa verdade. No entanto, todos são unânimes ao afirmar que a crença no bom velhinho desempenha um papel importante no desenvolvimento do raciocínio, da sensibilidade e dos valores das crianças.

A psicóloga Ana Carolina Ermisdorff, da Estácio Fapan, por exemplo, acredita que, entre os 6 e 8 anos, é natural que a criança comece a questionar a veracidade de certas histórias. Ela sugere que os pais devolvam as perguntas e deixem a criança chegar às suas próprias conclusões. Essa abordagem ajuda na transição da imaginação para a compreensão da tradição cultural.

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A psicóloga Regina Jardim, da PUC-Rio, afirma que o Papai Noel tem uma importância simbólica. Ele transmite valores como solidariedade e generosidade. Porém, destaca que pode gerar sentimentos de ansiedade, principalmente em uma sociedade desigual, onde algumas crianças podem não ver seus desejos atendidos. O momento da descoberta pode ser impactante. A psicóloga alerta para o risco de prejudicar a relação de confiança entre pais e filhos, caso a verdade seja revelada de forma abrupta.

Outras opiniões

Já Maria das Graças Vasconcelos, da UERJ, vê o mito do bom velhinho como parte do desenvolvimento cognitivo das crianças. Para ela, a fantasia do Papai Noel amplia a capacidade de criar e de imaginar, além de ensinar conceitos importantes como a doação. Contudo, a revelação deve ocorrer de maneira natural, à medida que a criança começa a questionar a realidade por si mesma. Ela reforça que a lenda tem raízes reais, inspirada em São Nicolau.

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Além disso, a psicóloga Maria Angela Barbato Carneiro, da PUC-SP, destaca que o questionamento sobre o Papai Noel deve sempre partir da criança, e não dos pais. Segundo ela, antecipar a verdade pode eliminar o encantamento e provocar frustração. Ela também acredita que, ao permitir que a criança descubra a verdade, seus pais contribuem para o desenvolvimento de um pensamento autônomo, essencial para o crescimento pessoal.

Portanto, a abordagem mais indicada é respeitar o ritmo da criança, deixando que ela viva a magia do Natal, enquanto a verdade sobre o Papai Noel surge de maneira gradual e com cuidado.

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