O caso de Phineas P. Gage, ocorrido em 1848, se tornou um dos mais famosos na história da neurologia. Gage era um homem saudável e trabalhador de 25 anos quando sofreu um acidente que mudaria sua vida para sempre.
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Ao manusear uma barra de ferro de 1,5 metros para dinamitar rochas, uma explosão a impulsionou através de seu crânio, atravessando seu olho esquerdo e chegando até o topo da cabeça. Surpreendentemente, ele sobreviveu e permaneceu consciente.
Mudança de personalidade
No entanto, apesar de escapar da morte, Gage não era mais o mesmo. Sua personalidade foi drasticamente alterada. De um homem educado, respeitoso e com grandes planos, ele se transformou em alguém rude, impulsivo e imprevisível. Seus antigos amigos e familiares perceberam rapidamente a mudança em seu comportamento. Como resultado, a ferrovia onde trabalhava se recusou a mantê-lo devido ao novo temperamento agressivo e às atitudes irresponsáveis.
O médico que o atendeu, John Martyn Harlow, foi um dos primeiros a perceber que os danos no cérebro de Gage afetaram mais do que sua aparência física. De fato, a lesão no lobo frontal parecia ter alterado sua capacidade de tomar decisões, controlar emoções e se socializar. Dessa forma, o caso de Gage ajudou a fundamentar estudos sobre o cérebro e a relação entre as lesões no lobo frontal e alterações no comportamento.
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Após perder seu emprego, Gage foi forçado a trabalhar em diversas funções temporárias. No entanto, ele começou a sofrer de convulsões cada vez mais frequentes e, tristemente, morreu em 1860, aos 37 anos. Seu caso, além de ser um exemplo raro de sobrevivência a lesões cerebrais, influenciou estudos médicos e até foi utilizado em discussões sobre tratamentos como a lobotomia.