O brilho do ouro, que encanta gerações ao longo da história, é resultado de fenômenos quânticos e da teoria da relatividade de Einstein. Embora pareça um mistério simples, a razão por trás dessa característica única do metal está profundamente ligada a efeitos físicos que envolvem a estrutura atômica e a interação da luz com os elétrons.
A princípio, o ouro e a prata são quimicamente mais semelhantes do que muitos imaginam, com ambas as substâncias pertencendo ao mesmo grupo da tabela periódica e compartilhando uma estrutura atômica semelhante. No entanto, a grande diferença entre esses metais está no comportamento dos elétrons, especialmente no ouro.
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O que explica essa distinção é um fenômeno conhecido como “efeito relativístico”. O núcleo do ouro, com seus 79 prótons, exerce uma forte atração sobre os elétrons das camadas internas, fazendo com que esses elétrons se movam a velocidades extremamente altas, próximas à metade da velocidade da luz. Esse movimento acelera a contração de suas órbitas e afeta os elétrons das camadas mais externas, aproximando-os.
Essa contração relativística reduz a energia necessária para que um elétron salte para um nível de energia superior quando absorve luz, o que altera a maneira como o ouro interage com a luz. Na prata, a energia necessária para excitar os elétrons está no espectro ultravioleta, fazendo com que o metal refleta a luz visível de maneira uniforme, conferindo-lhe um brilho prateado. Já no ouro, essa energia é menor e se encontra no espectro visível, o que permite que o metal absorva luz azul e reflita outras cores, criando o tom dourado.
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Assim, o efeito relativístico, em conjunto com a física quântica, não só diferencia o comportamento óptico do ouro da prata, mas também é responsável pela sua coloração e brilho característicos. A combinação dos tons vermelhos e verdes que o ouro reflete explica a fascinação de sua aparência dourada, tão valorizada ao longo do tempo.