O degelo nas Montanhas Beartooth, nos Estados Unidos, tem revelado uma antiga floresta de pinheiros brancos, cuja preservação é um reflexo de um clima há milênios diferente. Localizada a cerca de 3.000 metros de altitude, a floresta foi preservada sob camadas de gelo até recentemente, quando o gradual descongelamento expôs os vestígios dessa área esquecida, a 180 metros acima da linha de vegetação atual.
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De acordo com a pesquisa publicada na Proceedings of the National Academy of Sciences, a floresta sobreviveu por cerca de 500 anos, durante um período com temperaturas mais amenas, mas, há 5.500 anos, as condições climáticas mudaram. O local se transformou em uma tundra alpina, um bioma sem árvores, caracterizado por um resfriamento global e o impacto do vulcanismo.
Material preservado
Pesquisas científicas revelaram que os depósitos de gelo acumulados durante esse período preservaram material como pólen e carvão. De acordo com o estudo, a linha das árvores se deslocou para áreas mais elevadas devido ao aquecimento da região, confirmando as mudanças climáticas ao longo dos séculos.
O paleoclimatologista Greg Pederson alerta para as consequências dessas mudanças, como o risco aumentado de incêndios florestais, que se tornariam mais prováveis devido ao aumento da biomassa e das novas formações florestais em regiões anteriormente dominadas pela tundra. Além disso, a diminuição da cobertura de neve nas montanhas pode afetar o fornecimento de água, impactando a irrigação e a geração de eletricidade.
Esses achados trazem à tona o dinamismo e a vulnerabilidade dos ecossistemas montanhosos frente ao aquecimento global.