Pela primeira vez em 134 anos, dois quadros icônicos de Vincent van Gogh, criados durante sua internação no hospital de Arles, no sul da França, serão exibidos juntos. As obras, intituladas O pátio do Hospital em Arles e Ala no Hospital em Arles, estarão disponíveis ao público na Courtauld Gallery, em Londres, a partir de 14 de fevereiro.
Produzidas em abril de 1889, poucos meses após o famoso episódio em que Van Gogh mutilou sua própria orelha, essas pinturas foram descritas pelo próprio artista como um par. Os trabalhos, que fazem parte da coleção do colecionador suíço Oskar Reinhart, estavam inacessíveis para empréstimos desde a década de 1920. Com o fechamento temporário do museu Am Römerholz, onde estavam abrigadas, as peças serão cedidas para a mostra Goya to Impressionism: Masterpieces from the Oskar Reinhart Collection, que vai até 26 de maio.
++ ‘Sons de pássaros’ são ouvidos do espaço
Durante sua internação no hospital de Arles, Van Gogh tinha permissão para pintar durante o dia, e essas criações são as únicas que ele produziu nesse período. A pintura O pátio do Hospital em Arles já havia sido exibida em Londres anteriormente, mas esta será a primeira vez que o par será apresentado junto, conforme relatado pelo Art Newspaper.
Além das obras de Van Gogh, a exposição incluirá peças de mestres que influenciaram os impressionistas, como Natureza Morta com Três Bifes de Salmão, de Goya, e Homem com Delírios de Comando Militar, de Géricault.
++ Obra renascentista possui detalhe descoberto por inteligência artificial
A Courtauld Gallery, localizada no complexo Somerset House, enfrentou um susto no ano passado quando um incêndio ameaçou o local. Apesar de o fogo não ter danificado o prédio nem suas obras, o episódio gerou preocupação. Entre as peças protegidas está o autorretrato de Van Gogh de 1889, no qual o artista aparece com a orelha enfaixada, símbolo de um dos períodos mais turbulentos de sua vida.
Essa exibição inédita promete oferecer uma oportunidade única para os admiradores da arte de Van Gogh, trazendo novas perspectivas sobre sua obra e o contexto emocional em que essas pinturas foram criadas.
