A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou preocupação nesta terça-feira (28) com a decisão dos Estados Unidos de interromper o financiamento a programas de combate ao HIV. Segundo a entidade, a medida pode comprometer décadas de avanços e representar uma ameaça à saúde global, especialmente em países de baixa e média renda.
A suspensão dos recursos foi anunciada pelo ex-presidente Donald Trump durante sua gestão, como parte de um plano de cortes na ajuda humanitária. Entre os programas afetados está o PEPFAR, iniciativa criada em 2003 que já forneceu tratamento e prevenção a milhões de pessoas em mais de 50 países.
A OMS alerta que a falta de financiamento pode resultar no aumento de novas infecções e mortes, colocando em risco o controle da epidemia. Segundo a organização, cerca de 30 milhões de vidas foram salvas até agora graças a esses programas, e uma redução no suporte financeiro pode reverter esse progresso.
Os Estados Unidos são um dos principais financiadores da OMS e responsáveis por cerca de 75% do orçamento destinado ao combate ao HIV dentro da organização. Em 2020, Trump tentou retirar os EUA da OMS, decisão posteriormente revertida pelo atual presidente Joe Biden.
Diante do cenário, a OMS fez um apelo ao governo norte-americano para reconsiderar os cortes e permitir exceções que garantam a continuidade dos tratamentos e serviços essenciais para o enfrentamento da epidemia.