Um artigo publicado pela revista Nature aponta que as mudanças climáticas causadas pelas emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera diminuirão o produto interno bruto (PIB) mundial em um patamar trilionário.
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De acordo com pesquisadores alemães, cerca de US$ 38 trilhões – equivalente a R$ 220 trilhões, em conversão direta na cotação atual – representa uma queda de aproximadamente 20%, e será um patamar a ser alcançado até 2050.
Posteriormente, as consequências econômicas das mudanças climáticas podem ser dezenas de trilhões de dólares mais altas por ano até 2100. Neste sentido, o cenário é possível na condição de que a Terra aqueça mais de 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Curiosamente, a temperatura média do planeta já está 1,2ºC superior a essa referência.
Segundo o estudo, o investimento anual necessário para limitar o aquecimento global abaixo de 2°C (principal meta do Acordo de Paris de 2015) é uma pequena fração dos danos que seriam evitados. “Ficar abaixo dessa marca poderia limitar a perda média de renda regional a 20% em comparação com 60% em um cenário de altas emissões”, disse Max Kotz, especialista em ciência da complexidade do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK), na Alemanha, e principal autor do estudo, em entrevista à AFP.
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A estimativa de impactos econômicos ajudam a defender ações ambiciosas de curto prazo. “Nossos cálculos são super relevantes para essas análises de custo-benefício”, disse a coautora Leonie Wenz. De acordo com o estudo, os países menos responsáveis pelas mudanças climáticas sofrerão uma perda de renda 60% maior do que os países de renda mais alta e 40% maior do que os países de maior nível de emissão.