Um estudo realizado por pesquisadores do Reino Unido e do Brasil revelou uma forte conexão entre traumas na infância e transtornos psiquiátricos na adolescência. No Brasil, a pesquisa analisou dados da Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2004, que acompanhou mais de 4.000 crianças desde o nascimento até os 18 anos. Os resultados indicam que a exposição a traumas é um fator de risco significativo para a saúde mental.
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Os dados mostram que 81% dos jovens analisados passaram por algum tipo de trauma, como presenciar violência, sofrer abuso ou negligência. Quanto mais traumas diferentes uma pessoa enfrenta, maior o risco de desenvolver transtornos como ansiedade, depressão e problemas de conduta. O estudo, publicado na revista The Lancet Global Health, aponta que até 31% dos transtornos mentais na adolescência podem ser atribuídos a essas experiências.
A principal autora do estudo, Megan Bailey, destacou a importância de intervenções precoces para reduzir os impactos dos traumas. Segundo ela, a vulnerabilidade é maior em países de baixa e média renda, onde esses eventos são mais comuns. O professor Graeme Fairchild reforçou que a exposição a traumas aumenta o risco de TDAH e comportamento antissocial.
A professora Sarah Halligan alertou que o Brasil está entre os países com maior exposição a traumas infantis. O estudo reforça a necessidade de políticas públicas para proteger crianças e adolescentes. A prevenção e o suporte adequado podem reduzir os danos e melhorar a saúde mental na vida adulta.