Um estudo divulgado na última sexta-feira (31) na revista Science Advances, revelou uma relação entre o aumento da população de ratos e o aquecimento global. Pesquisadores analisaram dados de reclamações públicas e inspeções sanitárias de 16 cidades ao redor do mundo. Eles notaram que, onde o calor é maior, há mais ratos. Isso se deve à alta densidade humana, urbanização intensificada e, principalmente, ao aumento das temperaturas globais.
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Os cientistas observaram que os ratos se reproduzem mais em regiões com temperaturas mais altas. Estimar a população de ratos é desafiador, especialmente em grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, calcula-se que há entre 10 e 15 ratos por habitante, totalizando cerca de 120 milhões de roedores. Esses animais têm um grande potencial reprodutivo, com cada fêmea gerando de 8 a 12 filhotes.
Ao analisarem dados de reclamações e autoridades municipais, os pesquisadores perceberam que 11 das 16 cidades estudadas registraram aumento na população de ratos. As cidades com maiores crescimentos, como Washington DC e Amsterdã, também enfrentaram aumentos nas temperaturas ao longo do tempo. Em regiões frias, os ratos diminuem no inverno, mas com o aquecimento global, sua atividade e reprodução se estendem por mais tempo.
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Jonathan Richardson, líder do estudo, alerta para a gravidade da situação. O aumento da temperatura global favorece o crescimento da população de ratos e facilita sua reprodução. Além disso, o avanço da urbanização e o descarte inadequado de resíduos são fatores que contribuem para a proliferação desses animais. O controle efetivo exige que as autoridades municipais invistam em uma gestão melhor do lixo e na coleta de dados sobre a atividade dos roedores.