O filme Reality, que chegou recentemente à Netflix, traz à tona uma história real que chocou os Estados Unidos. Baseado nos eventos que levaram à prisão de Reality Winner, ex-militar e tradutora da Agência de Segurança Nacional (NSA), o longa mostra os desdobramentos da acusação de vazamento de documentos confidenciais do governo americano.
Lançado originalmente em 2023 pela HBO e dirigido por Tina Satter, o filme tem como protagonista Sydney Sweeney, que interpreta Reality Winner em um roteiro fiel aos acontecimentos reais. O detalhe que torna a produção ainda mais autêntica é que os diálogos foram extraídos diretamente da transcrição de um interrogatório do FBI, realizado na casa da ex-funcionária em 2017.
Reality Winner foi acusada de repassar informações sigilosas ao site The Intercept sobre a suposta interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. O documento revelava detalhes de um ataque cibernético ao sistema de votação dos Estados Unidos, além de e-mails enviados a autoridades eleitorais antes da vitória de Donald Trump.
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A suspeita sobre Winner surgiu após análise dos papéis vazados, que apresentavam marcas de dobraduras, indicando que foram impressos antes de serem divulgados. A investigação apontou que apenas seis funcionários tinham acesso ao material e, entre eles, Reality foi a única a manter contato com o veículo de imprensa.
Após ser presa, ela foi acusada de “remoção e transmissão não autorizada de informações sigilosas”. Embora inicialmente tenha se declarado inocente, sua fiança foi negada diversas vezes, e ela acabou mudando sua confissão para culpada. Sentenciada a cinco anos e três meses de prisão, Winner recebeu a punição mais severa já aplicada nos EUA por um caso de vazamento de informações.
Em 2021, foi transferida para uma unidade de reabilitação no Texas e, em dezembro de 2022, passou a cumprir liberdade condicional.
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Além de contar com uma abordagem fiel ao interrogatório do FBI, Reality trouxe a própria Reality Winner como consultora. Durante a produção, a atriz Sydney Sweeney entrou em contato com ela para entender melhor sua história.
“Passei horas ouvindo suas entrevistas e depois conversamos por vídeo. Eu queria conhecer todos os detalhes possíveis sobre sua vida, não apenas o que aconteceu no dia da prisão”, afirmou Sweeney ao The Hollywood Reporter.
A direção do filme utilizou recursos visuais para manter a fidelidade ao documento oficial, incluindo trechos da transcrição e efeitos gráficos para representar as partes censuradas. A abordagem detalhista fez com que a obra fosse amplamente elogiada, destacando o impacto do caso e as questões éticas envolvidas no vazamento de informações sigilosas.
