Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade de Santiago de Compostela, na Espanha, analisaram os impactos do uso de cigarro eletrônico na saúde bucal de jovens adultos. O estudo revelou que o vape pode modificar a composição da saliva, reduzindo sua viscosidade e fluxo, fatores que favorecem o desenvolvimento de problemas como cáries, lesões na mucosa e doenças periodontais.
A pesquisa avaliou 50 indivíduos, sendo metade usuários regulares de vape há pelo menos seis meses. A análise das amostras de saliva indicou que a presença de substâncias como propilenoglicol e glicerina nos aromatizantes pode ressecar a mucosa oral, comprometendo sua função protetora. Além disso, os participantes que faziam uso do cigarro eletrônico apresentaram níveis mais elevados de monóxido de carbono no ar exalado e menor saturação de oxigênio no sangue.
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Os cientistas também identificaram metabólitos específicos na saliva dos usuários, o que pode contribuir para futuras investigações sobre os riscos associados ao consumo de vape. Além dos danos à saúde bucal, estudos já relacionam o uso desses dispositivos a complicações respiratórias e cardiovasculares, incluindo aumento do risco de infarto e doenças pulmonares.
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No Brasil, a comercialização de cigarros eletrônicos é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2009. No entanto, a fiscalização enfrenta desafios, e o número de usuários segue em crescimento.