Uma equipe de cientistas fez uma descoberta inesperada ao registrar os últimos momentos de vida de um homem de 87 anos. Eles monitoravam o paciente devido à epilepsia quando ele sofreu um ataque cardíaco fatal. O que deveria ser um exame neurológico comum acabou se transformando no primeiro registro das ondas cerebrais no momento da morte.
Nos 30 segundos antes e depois da parada cardíaca, os cientistas identificaram padrões cerebrais similares aos de sonhos ou lembranças. Esse achado levantou a hipótese de que, nos instantes finais, o cérebro pode reviver memórias.
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Ajmal Zemmar, neurocirurgião e coautor do estudo, sugere que o cérebro provavelmente traria à tona boas lembranças. Entretanto, ele admite que não há como afirmar isso com certeza.
O estudo, publicado em 2022, ainda trouxe à tona algumas questões sobre o momento exato em que a vida termina: quando o coração para de bater ou quando o cérebro deixa de funcionar?
Resultados do estudo
O estudo indicou que o cérebro pode continuar ativo por alguns segundos após a morte, o que, portanto, oferece uma nova perspectiva sobre a linha entre vida e morte. Apesar da descoberta, os cientistas adotam uma postura cautelosa. O paciente tinha epilepsia e lesões cerebrais, o que, por sua vez, pode interferir nos resultados.
Zemmar passou anos buscando casos semelhantes para reforçar suas conclusões, mas, infelizmente, não encontrou outros exemplos. Contudo, um estudo de 2013 com ratos mostrou que os animais também apresentaram atividade cerebral até 30 segundos após a morte. Para Zemmar, essa semelhança entre os dois estudos é, de fato, surpreendente.
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Com isso, os cientistas veem essa descoberta como algo envolto em mistério e espiritualidade. Zemmar, por sua vez, acredita que o registro pode abrir portas para novas pesquisas sobre os últimos momentos da vida humana. “Há algo místico em toda essa experiência de quase morte”, refletiu ele.
Por fim, os pesquisadores esperam que essa descoberta estimule mais estudos sobre o que acontece no cérebro nos últimos segundos de vida.