Implante cerebral usa ultrassom para tratar depressão

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O Reino Unido dará início aos testes de um implante cerebral que promete avanços no tratamento de transtornos como depressão resistente, ansiedade, dependência química, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e epilepsia. O projeto recebeu financiamento de £ 6,5 milhões (cerca de R$ 48,3 milhões) da Advanced Research and Invention Agency (Aria) para avaliar a segurança e a eficácia do dispositivo.

Batizado de Forest 1, o implante foi desenvolvido pela organização sem fins lucrativos Forest Neurotech, com sede nos Estados Unidos. Diferente de outras interfaces cérebro-computador (BCI), ele não é inserido diretamente no tecido cerebral, mas posicionado abaixo do crânio. O equipamento usa tecnologia de ultrassom para mapear a atividade neuronal e estimular regiões específicas do cérebro, oferecendo um potencial tratamento não invasivo para distúrbios neurológicos.

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Jacques Carolan, diretor do programa da Aria, destacou o impacto que essa tecnologia pode ter na medicina. “As neurotecnologias podem ajudar um número muito maior de pessoas do que imaginamos. Nosso objetivo é criar alternativas para condições como depressão severa, epilepsia e transtornos alimentares”, afirmou.

Os testes serão conduzidos pelo Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS), recrutando pacientes que, devido a lesões cerebrais, tiveram parte do crânio removida para aliviar a pressão intracraniana. O dispositivo será posicionado temporariamente no couro cabeludo, permitindo que os cientistas avaliem sua capacidade de modificar padrões neurais e influenciar o humor e a motivação.

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A neurocientista Elsa Fouragnan, da Universidade de Plymouth, enfatizou a necessidade de cautela com a aplicação do ultrassom. “Nosso desafio é minimizar o aquecimento do tecido cerebral e garantir que a tecnologia não altere funções cognitivas de maneira indesejada, como aumentar a impulsividade”, explicou.

O estudo terá duração de três anos e meio, com os primeiros oito meses dedicados à obtenção de aprovação regulatória. Caso os resultados sejam positivos, a próxima etapa será um ensaio clínico mais amplo para avaliar o impacto do Forest 1 no tratamento da depressão.

 

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