Um estudo científico revelou que mulheres enfermeiras têm duas vezes mais chances de cometer suicídio do que a população feminina em geral, e 70% a mais que médicas.
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Matthew Davis, o autor principal da pesquisa feita pela Universidade de Michigan (UM), e professor associado da Escola de Enfermagem da UM, acredita que os dados são um alerta para que prestemos mais atenção ao setor.
“A lição para mim é que nos concentramos tanto no bem-estar dos médicos que, historicamente, não prestamos atenção suficiente a essa enorme força de trabalho [funcionários de enfermagem] que, com base em nossos dados, corre um risco muito maior”, explicou o professor.
Para o coautor do estudo Christopher Friese, professor de enfermagem da Elizabeth Tone Hosmer e professor de gestão e políticas de saúde na Escola de Saúde Pública da UM, médicos e enfermeiros enfrentam fatores semelhantes para o suicídio, mas há elementos que potencializam o risco no caso de enfermeiras, sendo as longas horas a mais que geralmente os profissionais desse setor enfrentam como um dos principais fatores.
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“Em primeiro lugar, os sistemas de saúde estão exigindo cada vez mais dos enfermeiros, médicos e outros profissionais sanitários. Mesmo antes da Covid-19, os enfermeiros relatavam fatores estressantes substanciais no local de trabalho, incluindo redução de pessoal, aumento da complexidade do atendimento, tarefas burocráticas adicionais e pacientes gravemente enfermos”, afirmou Friese. “Em segundo, as enfermeiras com quem trabalho rotineiramente enfrentam desafios mais difíceis em casa, o que aumenta o estresse delas”, declarou ele.