Uma decisão judicial na Indonésia provocou reações dentro e fora do país após a condenação de Ratu Thalisa, uma mulher transgênero, por um comentário considerado ofensivo sobre Jesus Cristo. O tribunal da cidade de Medan, na ilha de Sumatra, determinou que ela cumprirá uma pena de dois anos e 10 meses de prisão, com base em uma lei que pune incitação ao ódio na internet.
O caso teve início em outubro, quando Ratu, que trabalha no setor de cosméticos, participou de uma transmissão ao vivo no TikTok. Durante a live, fez uma observação sobre uma imagem de Jesus, sugerindo que ele precisava cortar o cabelo. A declaração foi interpretada como blasfêmia, levando à denúncia e posterior condenação.
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Repercussão e críticas de entidades de direitos humanos
A sentença despertou críticas de organizações de direitos humanos, que veem a decisão como um ataque à liberdade de expressão. Usman Hamid, diretor da Anistia Internacional na Indonésia, classificou o veredito como “assustador” e alertou para o uso da legislação para restringir a manifestação de minorias religiosas e grupos marginalizados.
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A Indonésia, país com 280 milhões de habitantes, abriga diversas minorias religiosas, como cristãos, hindus e budistas, que frequentemente enfrentam desafios relacionados à intolerância e à repressão de suas crenças. O episódio reacende debates sobre os limites da liberdade de expressão no país e o impacto das leis de blasfêmia na sociedade.