Itália e Suíça precisam redefinir suas fronteiras e o motivo é preocupante

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Na última sexta-feira (27), a Suíça formalizou um tratado com a Itália para redefinir a fronteira entre os dois países. A crise climática, que acelera o derretimento das geleiras nos Alpes, motivou essa ação, já que o gelo que antes delimitava as divisas desapareceu.

O tratado, por sua vez, foi resultado de um acordo estabelecido em maio de 2023. Ele envolve o Monte Matterhorn, com 4.478 metros de altura, uma das montanhas mais conhecidas da Europa. O Matterhorn está localizado entre Zermatt, na Suíça, e o Vale de Aosta, na Itália.

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Anteriormente, as ‘cristas dos glaciares’ e a ‘neve perpétua’ formavam as fronteiras naturais entre os países. No entanto, com o aumento constante da temperatura, o gelo tem derretido rapidamente. Isso, por consequência, altera o terreno e desloca as linhas de fronteira.

Diferente do que normalmente ocorria na história europeia, Suíça e Itália não precisaram recorrer a conflitos bélicos para resolver essa questão. Em vez disso, escolheram uma solução pacífica e diplomática. Eles ajustaram a demarcação de acordo com os interesses econômicos e turísticos de ambos os países. Locais como Plateau Rosa, Testa Grigia e Gobba di Rollin, por exemplo, se tornaram os novos pontos de referência.

Consequências preocupantes

Entretanto, o ritmo acelerado do derretimento das geleiras é alarmante. Em 2023, as geleiras suíças perderam 4% de seu volume, representando a segunda maior perda já registrada. Além disso, em 2022, a perda foi ainda mais significativa, atingindo 6%. Em alguns locais, os especialistas pararam de medir o gelo, uma vez que ele simplesmente já desapareceu.

++ Fotógrafa italiana registrou todas as cores da lua durante 10 anos; assista

As consequências desse fenômeno vão além das fronteiras. Em 2022, o colapso de uma parte da geleira Marmolada, localizada nas Dolomitas italianas, resultou na morte de 11 pessoas. Essa geleira, monitorada desde 1902, já perdeu metade de seu volume nos últimos 25 anos e pode, inclusive, desaparecer completamente até 2040. Além disso, em julho de 2023, o derretimento nas proximidades do Matterhorn revelou o corpo de um escalador alemão, desaparecido desde 1986.

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