Uma antiga embarcação, soterrada pelas águas do Mediterrâneo há mais de mil anos, trouxe à tona uma descoberta surpreendente: sementes de azeitona perfeitamente preservadas. O achado aconteceu próximo à ilha Besmi Adası, na costa da Turquia, e pode mudar o que se sabia sobre as rotas comerciais marítimas do século X.
O naufrágio foi encontrado a cerca de 50 metros de profundidade por arqueólogos subaquáticos que participam do projeto “Patrimônio para o Futuro”, iniciativa lançada pelo Ministério da Cultura e Turismo da Turquia em 2024. No interior do navio, que provavelmente afundou após enfrentar uma tempestade, foram recuperadas ânforas contendo vinho, azeite e, para surpresa dos pesquisadores, caroços de azeitona.
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Segundo os especialistas envolvidos na missão, trata-se da primeira vez que esse tipo de carga, tão comum no comércio mediterrâneo da Antiguidade, é identificada nos mares turcos. O formato das ânforas e outras características do material apontam que o navio teria saído do porto de Gaza, na Palestina, embora seu destino final ainda seja um mistério.
Responsável pela análise da descoberta, o pesquisador Hakan Öniz explicou que as azeitonas sempre tiveram papel central nas dietas dos navegadores antigos. Conservadas em ânforas e expostas à água do mar, podiam ser consumidas por semanas sem estragar, o que as tornava ideais para longas travessias.
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As escavações foram feitas com o auxílio de robôs subaquáticos, que permitiram extrair os recipientes sem danificá-los. Para os estudiosos, mais do que apenas uma carga, o conteúdo revela hábitos, rotas e estratégias de sobrevivência em alto-mar há mais de mil anos.
Essa descoberta não apenas contribui para o entendimento do comércio marítimo antigo, como também reforça o valor das explorações arqueológicas em alto-mar, que continuam revelando capítulos escondidos da história.