Um estudo publicado no periódico Biology Letters revelou um fenômeno curioso. Os cientistas expuseram fungos a “ruídos brancos”, um tipo de som monótono, e observaram que eles apresentaram crescimento acelerado. Essa pesquisa, conduzida pela Universidade Flinders, na Austrália, investigou os efeitos do som no fungo Trichoderma harzianum, uma espécie comumente encontrada no solo e reconhecida por seus benefícios agrícolas.
Durante o experimento, os pesquisadores submeteram os fungos a uma frequência sonora específica por trinta minutos diários ao longo de cinco dias. Os resultados surpreenderam a equipe. O grupo exposto ao ruído apresentou um aumento de biomassa 1,7 vezes maior em comparação ao grupo controle, que não recebeu o estímulo sonoro. Além disso, os fungos “ouvintes de música” também produziram mais esporos.
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Embora os fungos não tenham ouvidos ou cérebro para “escutar” como os humanos, o estudo sugere que as ondas sonoras podem afetá-los de maneiras ainda pouco compreendidas. Os pesquisadores acreditam que as vibrações acústicas podem acionar receptores nos fungos, desencadeando processos biológicos relacionados ao seu crescimento. No entanto, essa ainda é, por enquanto, apenas uma hipótese.
Outros estudos
Além disso, esse não é o primeiro estudo a indicar que sons podem influenciar o crescimento de organismos vivos. Em 2020, pesquisadores descobriram que o som de geladeiras estimulava o crescimento do fungo Botrytis, conhecido por destruir frutas e vegetais. Há também evidências de que sons afetam bactérias, como a E. coli.
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Por fim, os pesquisadores escolheram o Trichoderma harzianum devido ao seu papel positivo na agricultura, já que ele ajuda as plantas a crescer ao colonizar suas raízes. A descoberta de que o som pode potencializar esse crescimento abre portas para possíveis aplicações no campo, embora, por ora, os efeitos tenham sido observados apenas em laboratório.