Juiz acusado de falsidade ideológica afirma ter um irmão gêmeo; entenda

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Uma trama que mais parece saída de um romance policial veio à tona em São Paulo, onde um juiz aposentado é acusado de ter vivido quatro décadas sob uma identidade falsa. José Eduardo Franco dos Reis, que atuou como magistrado no Tribunal de Justiça de São Paulo, usava o nome britânico de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield para exercer a função pública — nome esse que, segundo a polícia, jamais pertenceu a outra pessoa.

O escândalo veio à tona no final de 2023, após uma tentativa do ex-juiz de renovar um documento no Poupatempo. O sistema biométrico identificou que as digitais de Edward coincidiam com as de José, revelando a duplicidade de registros. A partir daí, a polícia abriu uma investigação e descobriu o que chamou de “vida paralela”: duas identidades, dois RGs, dois CPFs, dois títulos de eleitor e dois cadastros na Receita Federal.

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Confrontado, José apresentou uma justificativa inusitada. Alegou que Edward seria seu irmão gêmeo, separado na infância após a morte do pai. Segundo ele, os dois teriam se reencontrado na década de 1980 e Edward teria vivido no Brasil por anos antes de retornar a Londres. Para sustentar a história, José forneceu um endereço e telefone supostamente pertencentes ao “irmão”, localizado no bairro de West Kensington, na capital inglesa.

A Polícia Civil, no entanto, não encontrou qualquer indício da existência desse suposto irmão e tratou a versão como uma tentativa de encobrir uma fraude. O Ministério Público de São Paulo denunciou José por falsidade ideológica e uso de documentos falsos.

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As investigações apontam que, com o nome fictício, José conseguiu entrar na Faculdade de Direito da USP em 1980, formar-se e ser aprovado no concurso da magistratura em 1995. Paralelamente, manteve seu nome original em uso, chegando inclusive a emitir um novo RG como José Eduardo em 1993, declarando-se vendedor no centro da capital.

A promotoria pediu o bloqueio de todos os documentos emitidos no nome de Edward, incluindo a carteira de habilitação e o registro de um veículo de luxo, um Chevrolet Cruze.

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que não irá se pronunciar enquanto não houver uma decisão judicial definitiva. O processo corre sob sigilo.

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