Na pequena cidade de Arida, no interior do Japão, uma equipe de trabalhadores transformou poucas horas da madrugada em um feito inédito: a construção de uma estação de trem do zero, usando peças impressas em 3D. O trabalho foi iniciado logo após a última composição deixar os trilhos e concluído antes mesmo do primeiro trem do dia seguinte.
O projeto foi desenvolvido pela West Japan Railway Company (JR West) em parceria com a empresa Serendix. Todas as partes da nova estação foram produzidas previamente em Kumamoto, a mais de 800 quilômetros de distância, e levadas por caminhões até o vilarejo de Hatsushima, onde foram montadas na noite do dia 26 de março.
Com visual moderno, formas simples e apenas nove metros quadrados, a estrutura — comparada a um abrigo urbano — foi montada com agilidade graças ao uso de argamassa especial e um sistema modular. O local ainda aguarda a instalação de bilheteiras e validadores de cartões, mas deve estar totalmente funcional até julho.
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Para os responsáveis, a escolha pela impressão 3D representa não apenas um ganho logístico, mas também econômico: o método reduziu o tempo de execução de dois meses para apenas uma noite e cortou os custos pela metade. A JR West vê na estação de Hatsushima uma possibilidade concreta de replicar o modelo em outras localidades com demanda limitada, mas que ainda precisam de infraestrutura básica.
“Acreditamos que essa tecnologia vai mudar a forma como pensamos as construções públicas, especialmente em regiões com poucos recursos humanos e logísticos”, afirmou Ryo Kawamoto, presidente da JR West Innovations.
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A nova estação substitui uma antiga estrutura de madeira, construída há 75 anos e marcada pelo desgaste do tempo. Com pouco mais de 500 passageiros por dia e uma frequência de trens que varia entre uma e três viagens por hora, a mudança tem sido recebida com curiosidade por moradores e especialistas em mobilidade.
Enquanto a tradicional arquitetura japonesa dá lugar a um espaço minimalista e funcional, o projeto aponta para um futuro onde inovações tecnológicas podem se adaptar às necessidades locais sem comprometer eficiência, sustentabilidade ou memória.