Uma coleção guardada em segredo por mais de um século acaba de lançar luz sobre a trajetória de um dos passageiros do Titanic. Ernest Portage Tomlin, jovem britânico de 21 anos, embarcou no transatlântico após uma mudança de planos inesperada — e teve sua história interrompida na noite de 14 de abril de 1912, quando o navio naufragou no Atlântico Norte.
Ernest estava originalmente escalado para viajar no navio Adriatic, da mesma companhia, mas acabou sendo transferido de última hora para o Titanic, devido à escassez de carvão causada por uma greve de mineradores que afetou o Reino Unido no início daquele ano. A White Star Line priorizou o abastecimento de seu novo gigante dos mares, cancelando outras viagens e realocando passageiros.
++ Avó é condenada a 4 anos de prisão após bater na neta com uma pantufa
Esse detalhe, até então pouco conhecido, veio à tona com o anúncio de um leilão promovido pela casa britânica Henry Aldridge & Son, especializada em itens do Titanic. A família de Tomlin manteve guardado por 113 anos um conjunto de objetos pessoais resgatados após o desastre — entre eles, o bilhete de acesso ao restaurante da terceira classe, ainda marcado por manchas de água, e o cartão de imigração que comprova a troca de embarcação.
Também fazem parte do acervo cartas da companhia marítima, do Exército da Salvação e documentos enviados à mãe de Ernest, que narram desde a confirmação da morte até os detalhes do enterro no mar e a devolução dos pertences à família. Um bilhete manuscrito do irmão mais velho lista os objetos recebidos.
++ Mulher mata namorado e mutila seus órgãos genitais após flagrá-lo abusando de sua filha
Ernest havia se mudado para os Estados Unidos em 1907, onde estudava teologia em Iowa. Após uma breve temporada na Inglaterra, decidiu retornar à América para concluir os estudos. Sua jornada, porém, foi interrompida de forma trágica. O corpo foi recuperado pelo navio Mackay Bennett, um dos encarregados pelas buscas após o naufrágio.
Os itens de Tomlin, nunca antes expostos ao público ou a colecionadores, serão leiloados no dia 26 de abril. Especialistas acreditam que o valor alcançado poderá ser alto, não só pelo ineditismo, mas pelo peso emocional e histórico que carregam.