Gesto de adolescentes alemães em Auschwitz gera revolta nas redes sociais

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Uma imagem registrada em frente ao antigo campo de concentração de Auschwitz tem causado comoção e revolta online. Quatro adolescentes alemães, com idades entre 14 e 15 anos, aparecem na fotografia fazendo um gesto que, embora pareça inofensivo à primeira vista, vem sendo amplamente utilizado por grupos extremistas como símbolo de supremacia branca.

Os estudantes, que pertencem a uma escola na cidade de Görlitz, no leste da Alemanha, foram fotografados durante uma excursão escolar ao memorial em março deste ano. A imagem, no entanto, só ganhou notoriedade nas últimas semanas, após ser publicada nas redes sociais por um dos alunos envolvidos.

O gesto feito pelo grupo — conhecido como o sinal de “OK” — vem sendo reinterpretado por movimentos de extrema-direita, nos quais os três dedos erguidos formam a letra “w” (de white) e o círculo formado pelos dedos representa a letra “p” (de power).

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A atitude foi rapidamente criticada por usuários da internet, especialmente por ter sido registrada em um local que simboliza os horrores do Holocausto. “Virou ponto turístico para neonazistas?”, escreveu um internauta, refletindo a indignação geral.

A escola Scultetus, onde os adolescentes estudam, informou que medidas disciplinares foram aplicadas, embora o gesto não seja considerado ilegal pelas autoridades alemãs — diferentemente de saudações abertamente nazistas, como o “Sieg Heil”, que são criminalizadas na Alemanha, Áustria e Eslováquia.

O episódio reacende o alerta sobre o crescimento de discursos extremistas entre jovens na Alemanha. A cidade de origem dos estudantes, Görlitz, é conhecida por ser um reduto do partido ultranacionalista Alternativa para a Alemanha (AfD), segundo a emissora pública Deutsche Welle. Em outro caso recente, estudantes foram denunciados por cantarem músicas racistas em um memorial do campo de Bergen-Belsen, também na Alemanha.

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Auschwitz, onde o gesto foi feito, foi o maior campo de extermínio do regime nazista. Estima-se que mais de 1,1 milhão de pessoas tenham sido assassinadas no local, a maioria judeus de diferentes países da Europa. O memorial funciona hoje como um lembrete do que jamais deve ser repetido — o que torna o episódio ainda mais perturbador.

 

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