Embora esteja há mais de uma década mergulhada em disputas internas e sem uma estabilidade política consolidada, a Líbia ainda recebe cerca de 100 mil turistas por ano — um número que surpreende considerando o cenário de violência, fragmentação institucional e alerta máximo emitido por diversos países ocidentais.
Desde a queda do regime de Muammar Gaddafi, em 2011, o país do norte da África se tornou terreno de disputa entre diferentes facções e milícias, e viu o avanço de grupos extremistas em várias regiões. A ausência de um governo plenamente funcional aprofundou a divisão territorial e enfraqueceu os mecanismos de segurança nacional.
Mesmo assim, viajantes de perfil mais arrojado continuam desembarcando no país. Muitos deles são atraídos por uma modalidade que vem crescendo em todo o mundo: o chamado “turismo de perigo” — estilo de viagem que aposta no inusitado e na busca por locais fora do circuito tradicional, mesmo que isso envolva riscos.
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O atrativo principal da Líbia é seu patrimônio arqueológico. Cidades romanas milenares, como Leptis Magna e Sabratha, figuram entre os sítios históricos mais bem preservados do mundo, e estão listadas como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Teatros com milhares de anos, templos dedicados a divindades antigas e ruínas que cruzam épocas e impérios transformam essas áreas em verdadeiros museus a céu aberto.
Além das ruínas, o deserto do Saara, com seus vastos campos de dunas, oásis antigos e trilhas históricas, continua sendo um convite para exploradores e entusiastas de cultura e geografia. Regiões como Ghadames e Germa guardam traços de civilizações berberes e reinos que floresceram muito antes das rotas modernas de comércio surgirem.
Do ponto de vista diplomático, porém, a situação permanece delicada. Autoridades norte-americanas e britânicas, entre outras, mantêm o alerta máximo para viagens ao país, citando riscos relacionados a terrorismo, sequestros, minas não detonadas e conflitos armados imprevisíveis.
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Mesmo com todos esses obstáculos, a Líbia continua despertando o interesse de quem busca algo além das fronteiras convencionais do turismo. É um destino onde passado e presente colidem — às vezes de forma perigosa, mas sempre com uma história para contar.