A Netflix foi obrigada a suspender a estreia de uma série documental que prometia atrair a atenção do público com um caso de assassinato intrigante. A produção, que retratava crimes envolvendo María Ángeles Molina, conhecida como Angi, foi retirada do catálogo antes mesmo de estrear, por determinação judicial.
A decisão veio após um recurso apresentado pela própria Angi, atualmente presa por homicídio. Ela contestou o uso de imagens pessoais sem autorização e conseguiu barrar o lançamento da série, que levaria ao ar dois episódios nesta quinta-feira. A plataforma de streaming, em cumprimento à ordem, cancelou a estreia, removeu trailers e escondeu conteúdos promocionais, como os vídeos que estavam no YouTube.
++ Personagem esquecido por quase uma década reaparece em cena emocionante de Os Simpsons
A série, intitulada Angi: crime e mentira, foi produzida pela Brutal Media e dirigida por Carlos Agulló. A investigação audiovisual mergulha em dois casos envolvendo a figura central da história: a morte do empresário Juan Antonio Álvarez Litben, marido de Angi, em 1996, e o assassinato da colega de trabalho Ana Páez, ocorrido em 2008 — este último, o crime que levou Angi à prisão.
Durante dois anos, os produtores reuniram depoimentos de 18 pessoas, incluindo familiares das vítimas e agentes da polícia catalã. No entanto, a versão de Angi e de sua defesa jurídica não foi incluída na produção. A mulher cumpre pena de 18 anos de prisão e tem previsão para deixar a cadeia em 2027.
++ Expectativa cesce para o remake de ‘Psicopata Americano’ com Luca Guadagnino
A suspensão da estreia levanta debates sobre os limites do uso de imagens e o direito à privacidade mesmo de figuras condenadas, além de reforçar a vigilância judicial sobre produções baseadas em crimes reais.