O visual impressionante de um céu tingido de laranja ao nascer ou pôr do sol pode esconder um alerta importante: o aumento da poluição atmosférica, especialmente durante os meses mais frios do ano.
Comuns no outono e no inverno, essas tonalidades intensas não se devem apenas ao ângulo da luz solar, mas à presença de partículas em suspensão que interferem na forma como a luz é filtrada ao atravessar a atmosfera. Poeira, fumaça, gases e poluentes alteram esse trajeto, favorecendo os tons avermelhados e alaranjados e obscurecendo as cores frias, como o azul.
Um dos agravantes desse cenário é a chamada inversão térmica, fenômeno em que uma camada de ar quente se sobrepõe a uma de ar frio, impedindo a dispersão de poluentes. Essa “tampa” invisível mantém o ar poluído preso próximo ao solo, o que compromete ainda mais a qualidade do ar respirado pela população.
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Em grandes cidades, onde o tráfego intenso e as atividades industriais já produzem elevados níveis de poluição, o efeito é ainda mais visível — e prejudicial. Além da paisagem modificada, o ar mais denso e tóxico representa um risco para quem tem doenças respiratórias e pode afetar também pessoas saudáveis em dias de concentração extrema de poluentes.
Outro fator que contribui para o céu alaranjado é o aumento dos focos de incêndio durante o período seco. A vegetação ressecada se torna combustível fácil, e a fumaça liberada por queimadas — muitas vezes invisível a olho nu — intensifica ainda mais os efeitos da poluição, podendo escurecer o céu até mesmo em áreas distantes do foco do fogo.
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Portanto, embora o céu colorido chame atenção pela beleza, ele também pode funcionar como um alerta visual sobre a qualidade do ar e os impactos ambientais das nossas ações. Um espetáculo que deveria inspirar contemplação pode, na verdade, sinalizar um problema de saúde pública.