Pouco lembrado fora de comunidades devotas específicas, São Drogo é um dos personagens mais singulares do santoral católico. Nascido em 1105, na região de Epinoy — no que hoje é a França — ele perdeu os pais ainda muito jovem. Aos 18 anos, decidiu abandonar todos os bens que possuía e escolheu uma vida de penitência, peregrinação e oração.
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Com o passar dos anos, Drogo passou a se dedicar intensamente ao trabalho agrícola e à contemplação espiritual. Além disso, empreendia longas jornadas de fé por diversas regiões. Relatos da época afirmam que ele possuía dons extraordinários, como o fenômeno da bilocação — a suposta capacidade de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ademais, alguns fiéis atribuíam milagres à sua intercessão.
Curiosamente, São Drogo tornou-se patrono de duas causas bastante distintas: os baristas e cultivadores de café, bem como as pessoas que sofrem preconceito por causa da aparência física. A primeira associação surgiu por causa de sua ligação com a lavoura e a vida simples no campo. Já o segundo título teria origem em uma grave condição física desenvolvida por ele — possivelmente uma doença de pele ou hérnia — que o levou ao isolamento. Por quatro décadas, viveu recluso em uma cela anexa à igreja de Sebourg.
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A Igreja celebra sua memória em 16 de abril. Ainda hoje, em localidades da França e da Bélgica, sua figura inspira fiéis, especialmente agricultores, pastores e todos que se sentem marginalizados por padrões estéticos. Assim, a história de São Drogo revela que a verdadeira beleza não reside na aparência, mas na humildade, no serviço ao próximo e na fé perseverante.