Funcionários da embaixada de Israel são assassinados em Washington

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Um ataque a tiros próximo ao Museu Judaico da capital americana, na noite desta quarta-feira (21), resultou na morte de dois funcionários da embaixada de Israel em Washington, nos Estados Unidos. As vítimas, Sarah Milgrim e Yaron Lischinsky, mantinham um relacionamento e haviam participado de um evento de ajuda humanitária pouco antes do crime.

Lischinsky, de 28 anos, era assistente de pesquisa no setor político da embaixada e possuía dupla cidadania alemã e israelense. Já Milgrim, cidadã americana e judia, atuava na organização de visitas e missões a Israel. Ambos tinham formação acadêmica de destaque e integravam a comunidade diplomática local.

De acordo com relatos, o casal foi abordado do lado de fora do museu por um homem que, após gritar “Palestina livre!”, sacou uma arma e abriu fogo. As testemunhas relatam que o autor do ataque vestia um keffiyeh — adereço tradicional do Oriente Médio — e aparentava estar desorientado.

O suspeito foi identificado como Elias Rodriguez, de 30 anos, morador de Chicago. Ele foi preso no local. A polícia informou que ele não constava em listas de vigilância e que não havia alertas prévios sobre ameaças contra a delegação israelense.

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Motivação política

A embaixada israelense classificou o crime como um ato de antissemitismo. Em uma mensagem emocionada nas redes sociais, Tal Naim Cohen, porta-voz da embaixada, lamentou: “Em vez de acompanhá-los ao altar, estamos acompanhando vocês aos túmulos. Que perda insuportável”.

Yechiel Leiter, embaixador de Israel nos EUA, revelou que Lischinsky havia comprado um anel de noivado e pretendia pedir Sarah em casamento na semana seguinte, em Jerusalém. “O sonho foi interrompido de forma brutal e covarde”, declarou.

O episódio gerou repercussão internacional. O presidente dos EUA, Donald Trump, chamou os assassinatos de “horríveis e obviamente baseados em antissemitismo”, exigindo o fim do ódio e do radicalismo. Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o crime é resultado direto de uma “incitação selvagem contra o Estado de Israel”.

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Repercussão internacional

O governo israelense culpou diretamente discursos e posturas de lideranças internacionais. “Há uma ligação direta entre a incitação antissemita e anti-Israel e este assassinato”, afirmou o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, citando especialmente líderes europeus.

Nos últimos dias, países como França e Alemanha endureceram críticas contra a condução do governo Netanyahu na Faixa de Gaza, o que acentuou o isolamento diplomático de Israel. Ainda assim, líderes europeus repudiaram veementemente o ataque em Washington. O chanceler alemão Frederich Merz condenou “nos termos mais fortes possíveis” o “ato hediondo”, enquanto a Sociedade Germano-Israelense homenageou Lischinsky como “um defensor do diálogo e da paz”.

As autoridades americanas tratam o caso como um ataque premeditado com motivação política, e reforçaram o monitoramento de representações diplomáticas em Washington. A investigação segue em andamento.

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