Profecia em quadrinhos reacende temor de terremoto e provoca onda de cancelamentos no Japão

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O lançamento de uma nova edição do mangá O Futuro que Eu Vi, da artista japonesa Ryo Tatsuki, reacendeu antigos medos e provocou um inesperado impacto no setor de turismo japonês. Conhecida por prever o terremoto de março de 2011, a autora causou alvoroço ao mencionar um novo desastre previsto para 5 de julho de 2025. A suposta catástrofe natural — um megaterremoto seguido de um tsunami ainda mais devastador que o de Fukushima — gerou pânico em países como China, Hong Kong, Vietnã e Tailândia, levando ao cancelamento ou adiamento de milhares de viagens ao arquipélago.

Apesar de ser baseada em sonhos, como a própria autora enfatiza, a previsão se espalhou como verdade nas redes sociais asiáticas, alimentada por influenciadores místicos, médiuns e até por um mestre de feng shui, que recomendou evitar o país a partir de abril. A preocupação se intensificou após a divulgação de um relatório oficial do governo japonês, em janeiro, que aponta uma probabilidade de 80% de um forte tremor atingir a região da Fossa de Nankai nos próximos 30 anos — um dado estatístico, mas que foi interpretado por muitos como confirmação das profecias.

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Agências de turismo reportam quedas significativas nas reservas. Em Hong Kong, por exemplo, a demanda por pacotes para o Japão caiu cerca de 50% durante a Páscoa. Viajantes como Samantha Tang, instrutora de yoga, adiaram suas visitas. Outros, como Oscar Chu, temem os transtornos logísticos de um eventual desastre, e não apenas o terremoto em si.

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As autoridades japonesas têm se mobilizado para conter o alarme. O governo reforçou que não há tecnologia capaz de prever terremotos com precisão e criticou a disseminação de rumores. A própria autora do mangá pediu cautela em entrevista recente, alertando que, embora sua obra promova a cultura de preparação para desastres, ela não deve ser tomada como um oráculo.

Mesmo com a polêmica, o turismo no Japão permanece robusto. Só no primeiro trimestre de 2025, o país recebeu mais de 10 milhões de visitantes — número que mostra que, apesar do medo, o fascínio pelo Japão continua superando as previsões mais sombrias.

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