A discussão em torno dos efeitos causados pelas mudanças climáticas está quente entre representantes do mundo, reunidos em Nice, na França, na Conferência das Nações Unidas, mais precisamente sobre o Oceano (Unoc-3).
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O objetivo do encontro é a discussão e adoção de medidas para garantia da proteção dos mares contra a ação humana. O Brasil, no entanto, apresenta um “grande e crescente estado de degradação” dos mares.
Em entrevista à BBC, Alexander Turra, professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador da Cátedra UNESCO para a Sustentabilidade do Oceano, declarou: “Temos tido picos, como jamais se viu no Brasil, de branqueamento dos corais, em decorrente do aquecimento do oceano”, disparou.
“Temos cada vez mais processos erosivos em praias – dados de 2018 mostram que 40% das praias brasileiras estão em estado avançado de erosão. Estamos falando de uma situação realmente degradante”, declarou Turra.
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Turra criticou especialmente o atual projeto de lei que altera as regras para o licenciamento ambiental no país, aprovado no Senado no final de maio. “A zona costeira é importante porque é ali que sentimos as mudanças do que acontece no oceano, por exemplo, a elevação do nível do mar, e os eventos extremos, que impactam também a atividade humana, como a pesca. Mas, na prática, o que vemos é os municípios flexibilizando e não combatendo a ocupação ou deixando de cumprir os planos. Embora haja alguns planejamentos, não há a implementação necessária e não tem especialmente dinheiro para fazer acontecer”, declarou o professor.