Um morcego encontrado ferido em um quintal na vila de Shorwell, na Ilha de Wight, testou positivo para o Lissavírus Europeu do Morcego tipo 1 (EBLV-1), uma variante rara associada à raiva. O caso, confirmado por autoridades britânicas, reforça a importância de cuidados ao lidar com animais silvestres.
Segundo a BBC, o animal foi recolhido por um morador com o uso de luvas e mantido seguro em uma caixa de sapatos até ser entregue a voluntários do Hospital de Morcegos da Ilha de Wight. Após exames conduzidos pelo Departamento de Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais (Defra), foi detectada a presença do vírus, e o morcego acabou sendo sacrificado de forma humanitária.
A Agência de Saúde Animal e Vegetal (APHA) investigou o episódio e afirmou que não houve contato de risco com humanos ou outros animais, como mordidas ou arranhões, descartando a possibilidade de transmissão.
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Vírus extremamente raro
O EBLV-1 é uma das duas variantes ligadas à raiva encontradas em morcegos na Europa — a outra é o EBLV-2. Ambas são extremamente raras no Reino Unido. Desde 1986, apenas 59 morcegos testaram positivo entre mais de 19 mil analisados, principalmente entre as espécies serotino e Daubenton.
Apesar da semelhança com a raiva comum — geralmente associada a cães e responsável pela maioria dos casos fatais no mundo —, a descoberta não altera o status do Reino Unido como país livre da doença em mamíferos domésticos, segundo o Defra.
A raiva é uma infecção viral grave que pode ser transmitida por mordidas, arranhões ou contato do vírus com mucosas e feridas abertas. Os sintomas, que incluem alucinações, paralisia e dificuldade respiratória, costumam surgir semanas após a infecção e, na maioria dos casos, levam à morte.
O caso mais grave registrado no país aconteceu em 2002, quando um conservacionista escocês morreu após contrair o EBLV. Desde então, as autoridades reforçaram os protocolos de segurança no contato com morcegos.
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Risco é considerado baixo
Para especialistas, o risco à saúde pública permanece mínimo. “Não há perigo se os morcegos não forem tocados diretamente, mesmo que vivam próximos a áreas urbanas”, afirmou Alex Morss, porta-voz do hospital de morcegos, à BBC.
O NHS (serviço público de saúde britânico) oferece vacinas antirrábicas eficazes, principalmente se aplicadas logo após uma possível exposição.