A poeira do Saara, levada pelos ventos através de milhares de quilômetros, desempenha um papel essencial no equilíbrio dos ecossistemas marinhos e terrestres. Um estudo recente publicado na Frontiers in Marine Science revelou que essa poeira é uma fonte importante de ferro, um nutriente essencial para o crescimento do fitoplâncton e outros organismos microscópicos que produzem oxigênio e regulam o ciclo de carbono.
O ferro é vital, mas escasso no oceano. Sem ele, o fitoplâncton não se multiplica, limitando processos como a fotossíntese e a fixação de carbono. Assim, tempestades de poeira, como as que ocorrem no Saara, tornam-se fundamentais para manter esse equilíbrio.
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Os cientistas descobriram que quanto mais a poeira viaja, mais solúvel e biodisponível se torna o ferro. Amostras de sedimentos do Atlântico mostram que o ferro disponível aumenta em regiões mais distantes do Saara, como as Bahamas. Isso ocorre porque processos atmosféricos transformam o ferro, tornando-o mais facilmente assimilável pelos organismos marinhos.
O professor Timothy Lyons, coautor do estudo, explica que o ferro transportado pela poeira age como uma fertilização natural. Esse fenômeno impacta não só os oceanos, mas também ecossistemas terrestres.
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Com as mudanças climáticas, tempestades de poeira podem se tornar mais frequentes, aumentando a transferência de ferro. Compreender esse processo é essencial para prever como os ecossistemas responderão às alterações no clima global.