Turquia: Parada do Orgulho em Istambul termina com ao menos 30 prisões

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Pelo menos 30 pessoas foram presas neste domingo, 29, durante uma tentativa de realizar uma Parada do Orgulho LGBTQIAP+ em Istambul, a maior cidade da Turquia. As manifestações ocorrem anualmente em todo o mundo durante o mês de junho, conhecido como Mês do Orgulho, mas, no país euroasiático, enfrentar as ruas com bandeiras do arco-íris tem sido cada vez mais difícil — e perigoso.

A repressão aconteceu apesar dos apelos por liberdade de expressão e direitos civis. A Parada do Orgulho está oficialmente proibida em Istambul desde 2015, sob alegação de riscos à segurança pública, mas a população LGBTQIAP+ e aliados ainda tentam se reunir de forma simbólica todos os anos.

Imagens da agência Reuters mostram policiais confrontando ativistas no centro da cidade e, em seguida, os levando à força para viaturas. Segundo a CNN Brasil, a deputada Kezban Konukcu, do Partido Dem — legenda pró-curda de oposição —, confirmou que ao menos 30 pessoas foram detidas. A polícia não se pronunciou oficialmente.

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Em comunicado, o gabinete do governador de Istambul alegou que o evento não tinha autorização legal e classificou a mobilização como “ilegal”.

Repressão institucional
A Turquia tem endurecido suas ações contra a comunidade LGBTQIAP+ nos últimos anos. Embora a homossexualidade não seja criminalizada no país, as manifestações públicas de orgulho vêm sendo sistematicamente impedidas, sobretudo em Istambul, onde até 2014 os eventos chegaram a reunir milhares de pessoas sem incidentes.

Sob o comando do presidente Recep Tayyip Erdoğan e seu Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), de orientação islâmica conservadora, o discurso oficial tem se tornado cada vez mais hostil à diversidade sexual. Desde que assumiu a presidência, em 2014, Erdoğan reforçou uma retórica que associa movimentos LGBTQIAP+ a “ameaças à moral nacional”.

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Grupos de direitos humanos vêm denunciando a escalada autoritária do governo turco e os retrocessos em temas como liberdade de expressão, imprensa e identidade de gênero. Ainda assim, milhares de ativistas seguem desafiando as restrições, mesmo diante da ameaça constante de prisões e violência policial.

Com a repressão deste domingo, a Parada do Orgulho em Istambul reafirma o cenário cada vez mais crítico para a comunidade LGBTQIAP+ no país — onde lutar por visibilidade e direitos ainda custa caro.

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