O estado do Alasca está considerando, ainda que informalmente, criar um centro de detenção inspirado no recém-implantado complexo prisional da Flórida conhecido como “Alcatraz dos jacarés”. A ideia, segundo autoridades locais, seria adaptar o conceito ao ambiente do Alasca, substituindo os répteis por um dos símbolos da fauna local: os ursos.
“Não temos jacarés, mas temos muitos ursos”, disse em tom bem-humorado um porta-voz do governo do estado, durante entrevista ao programa The Ingraham Angle, da Fox News, no último dia 1º. Apesar da declaração, o próprio governo admitiu que, até o momento, não há nenhum projeto oficial em andamento.
A proposta surgiu em meio ao debate nacional sobre a expansão de centros de detenção para imigrantes em território americano. A versão da Flórida, construída em uma área remota dos Everglades, começou a receber os primeiros detidos em 3 de julho. A estrutura foi pensada para dificultar fugas, aproveitando a presença de predadores naturais como jacarés e cobras. O custo estimado da operação é de US$ 450 milhões por ano.
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A ideia de replicar o modelo em outros estados foi reforçada por Stephen Miller, assessor sênior da Casa Branca para Políticas Públicas, que conclamou governadores republicanos a abrirem espaço para novos centros de detenção. “Se você é um governador republicano e está nos assistindo esta noite, ligue para o DHS (Departamento de Segurança Interna), colabore conosco para construir essas instalações e ajudar na expulsão de imigrantes ilegais e criminosos”, declarou Miller no mesmo programa.
No caso do Alasca, o elemento selvagem seria adaptado ao contexto local. O estado abriga três espécies de ursos: o urso-pardo (incluindo o gigantesco urso-de-Kodiak), o urso-negro e o urso-polar, que habitam regiões florestais e árticas. Estima-se que mais de 30 mil ursos-pardos vivam em áreas espalhadas pelo estado, o que fez com que a ideia, embora ainda hipotética, ganhasse destaque na mídia.
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Até o momento, o gabinete do governador Mike Dunleavy (Partido Republicano) não se manifestou oficialmente sobre a proposta. A repercussão, no entanto, levanta questionamentos sobre os limites éticos e legais do uso da natureza como mecanismo de segurança em centros de detenção.
