O que parecia ser uma história de amor digna de cinema se revelou um golpe cruel. Michel, um belga de 76 anos, percorreu cerca de 800 quilômetros até Saint-Julien, na França, acreditando que finalmente conheceria sua noiva virtual: a modelo Sophie Vouzeland, vice-campeã do Miss França 2007.
Durante meses, Michel trocou mensagens diárias com a pessoa que dizia ser Sophie. Encantado pelas conversas e promessas de um futuro juntos, ele não hesitou em atravessar o país quando recebeu o suposto convite para encontrá-la pessoalmente. Mas ao bater à porta da casa indicada, a realidade o atingiu em cheio: quem o recebeu foi Fabien, marido da verdadeira Sophie desde 2018.
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Confuso, Michel se apresentou como o “futuro esposo” da modelo, apenas para ouvir, desconcertado, a resposta do verdadeiro dono da casa: “Na verdade, eu sou o atual.”
A farsa, porém, foi além do emocional. Michel havia transferido ao golpista cerca de 29 mil euros — o equivalente a R$ 188 mil — atendendo a pedidos de ajuda financeira alegadamente urgentes. Convencido de que ajudava a mulher com quem acreditava estar construindo uma relação séria, ele acabou sendo vítima de um esquema de estelionato digital.
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Para alertar outras possíveis vítimas, o casal verdadeiro — Sophie e Fabien — gravou um vídeo explicando o ocorrido e desmentindo qualquer envolvimento com o golpe. Nas imagens, Michel aparece visivelmente abalado, resumindo a experiência em um desabafo sincero: “Acho que me pregaram uma peça. Sou um imbecil.”
O caso ganhou destaque na imprensa europeia e reacendeu discussões sobre segurança digital, golpes afetivos e a vulnerabilidade de idosos nas redes sociais. Especialistas alertam que os crimes de romance virtual têm crescido em todo o mundo, e o prejuízo vai muito além do dinheiro: afeta profundamente a autoestima e a confiança das vítimas.