Estudo sugere que Terra está em um enorme vazio cósmico e isso pode mudar o que sabemos sobre o universo

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Cientistas das universidades de Portsmouth e St Andrews, no Reino Unido, apresentaram novas evidências que apontam para a existência de um gigantesco vazio cósmico envolvendo a Terra e a Via Láctea. A descoberta pode ajudar a resolver um dos maiores mistérios da cosmologia atual: a discrepância nas medições da taxa de expansão do universo, conhecida como “tensão de Hubble”.

Segundo os pesquisadores, essa imensa região de baixa densidade — com cerca de 20% menos matéria do que a média do universo — pode estar influenciando a forma como observamos a movimentação das galáxias ao nosso redor. De acordo com o Dr. Indranil Banik, da Universidade de Portsmouth, se estivermos localizados próximos ao centro desse vazio, os objetos ao nosso redor parecerão se afastar mais rapidamente, criando a ilusão de uma expansão acelerada.

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A pesquisa foi baseada em duas décadas de dados sobre as chamadas oscilações acústicas baryônicas (BAOs), que são vestígios sonoros deixados por ondas de pressão geradas logo após o Big Bang. Esses registros oferecem pistas valiosas sobre a distribuição de matéria no universo primitivo e ajudaram os cientistas a simular cenários com e sem a presença de um vazio local.

Os resultados apontam que a existência desse vazio torna-se uma hipótese cerca de 100 milhões de vezes mais provável do que um universo sem essa estrutura. Para ilustrar a raridade da coincidência de estarmos exatamente nesse ponto, Banik comparou a chance a uma moeda cair em “caras” 13 vezes seguidas.

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A descoberta foi publicada na revista científica Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e levanta novas questões sobre os modelos atuais da cosmologia. Caso confirmada por futuras observações, essa hipótese poderá reconfigurar a forma como compreendemos a estrutura e a evolução do universo — e, mais especificamente, nosso lugar dentro dele.

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