O primeiro foguete desenvolvido integralmente na Austrália explodiu apenas 14 segundos após o lançamento nesta quarta-feira (30), durante um teste realizado nas proximidades de Bowen, no estado de Queensland. O veículo, chamado Eris, havia sido projetado pela empresa Gilmour Space Technologies com o objetivo de transportar pequenos satélites à órbita terrestre.
A decolagem ocorreu no recém-inaugurado Porto Espacial Orbital de Bowen, marcando um momento histórico para o setor aeroespacial australiano. O voo, no entanto, foi interrompido abruptamente após o foguete perder altitude e se desintegrar ao atingir o solo. Nuvens de fumaça cobriram a área da queda, mas não houve registro de feridos.
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Apesar do incidente, a empresa classificou o lançamento como um passo positivo. Em nota oficial, a Gilmour Space informou que os quatro motores híbridos do foguete funcionaram conforme o esperado, sustentando a decolagem por 23 segundos. “O espaço é difícil”, declarou Adam Gilmour, CEO da companhia. “Empresas como SpaceX e Rocket Lab também enfrentaram falhas antes de atingir a órbita. Cada tentativa nos oferece lições valiosas para os próximos testes.”
A iniciativa recebeu apoio direto do governo australiano, que investiu cerca de US$ 5 milhões (R$ 28 milhões) no desenvolvimento do projeto. Segundo a Gilmour Space, uma nova versão do foguete já está em produção, e o próximo teste — batizado de TestFlight 2 — deve ocorrer dentro de seis a oito meses.
O prefeito de Whitsunday, Ry Collins, celebrou o feito como um marco para a indústria espacial local, destacando o potencial de crescimento do setor e a importância da infraestrutura espacial recém-licenciada para futuras missões comerciais.
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O voo de teste havia sido adiado duas vezes anteriormente devido a falhas técnicas e condições climáticas desfavoráveis. Agora, a equipe técnica da Gilmour Space analisa os dados do voo para identificar a causa da falha e implementar melhorias no próximo modelo.
Embora o lançamento não tenha atingido seu objetivo final, o episódio representa um avanço simbólico para a Austrália na corrida espacial e reforça os desafios enfrentados por empresas emergentes que buscam alcançar a órbita com tecnologia própria.