Duane “Keffe D” Davis, apontado pelas autoridades como um dos envolvidos no assassinato do rapper Tupac Shakur, entrou com um novo recurso na Suprema Corte de Nevada na tentativa de anular as acusações de homicídio que enfrenta. Preso desde setembro de 2023 e sem direito à fiança, Davis nega qualquer participação no crime ocorrido em 1996, em Las Vegas.
Mesmo se declarando inocente, Davis detalhou em seu livro de memórias, Compton Street Legend, episódios que os promotores interpretam como autoincriminatórios. Segundo a acusação, ele teria desempenhado papel central na organização do atentado que matou Tupac, chegando a fornecer a arma usada no crime.
No recurso mais recente, apresentado nesta terça-feira (29), a defesa afirma que os direitos constitucionais de Davis foram violados. O advogado Carl Arnold argumenta que seu cliente colaborou voluntariamente com as autoridades por mais de uma década, sob a promessa de que suas declarações não seriam utilizadas contra ele — promessas que agora teriam sido desrespeitadas.
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A defesa também contesta a demora de 27 anos entre o crime e a acusação formal, alegando que isso compromete a possibilidade de um julgamento justo. Em uma moção anterior, esse argumento foi rejeitado por um juiz, que afirmou não haver provas documentais de um acordo de imunidade.
Desde o assassinato de Tupac, Davis foi interrogado diversas vezes, especialmente nos anos de 1998, 2009 e 2018. Em declarações mais recentes, chegou a indicar o envolvimento de seu sobrinho, Orlando Anderson — também citado em investigações anteriores — e descreveu com detalhes o que teria acontecido na noite do crime, pouco depois de uma briga envolvendo o rapper e Anderson.
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As autoridades acreditam que o atentado foi motivado por essa briga, ocorrida após uma luta de boxe de Mike Tyson em Las Vegas. No tiroteio, Tupac foi atingido quatro vezes e morreu seis dias depois, aos 25 anos.
O julgamento de Davis, inicialmente previsto para este ano, foi adiado e está agora marcado para fevereiro de 2026. Até lá, sua defesa tenta reverter as acusações com base na legalidade do uso de suas declarações anteriores e na ausência de provas materiais.
