Não é surpresa para ninguém que a taxa de suicídio apresentou uma tendência de aumento nos últimos anos. De acordo com um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 703 mil pessoas morrem por suicídio em todo mundo a cada ano, sendo que 58% das mortes são de pessoas com menos de 50 anos.
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Apesar de ocorrer em todas as regiões do mundo, 77% dos suicídios globais, como mostrou a pesquisa de 2019, aconteceram em países de baixa e média renda. As estatísticas e fatores em questão justificam o motivo pelo qual Lesoto, na África do Sul, é o país com a maior taxa de suicídio do mundo.
Situada no leste da África do Sul, Lesoto é o antigo reino da Basutolândia, considerado um dos únicos países do continente que é etnicamente homogêneo. Possui cerca de 2 milhões de habitantes, e vive da agricultura e criação de ovelhas na cordilheira do Drakensberg, sendo 100% dependente da África do Sul, 26% do seu PIB é fruto do dinheiro enviado pelos cidadãos empregados em minas e fábricas no país.
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O clima e geografia do país muito montanhoso poderiam ser um impasse para a agricultura em larga escala, essencial para a construção de uma base industrial robusta. Desta forma, a agricultura de subsistência se tornou a única alternativa – e também a menos produtiva.
Dentre outras complicações, a população de Lesoto teve seus valores e cultura subjugados pelos europeus, além de que a pressão nos homens para manterem uma imagem de força e controle, o que acabou desenvolvendo a comportamentos violentos entre e si e, principalmente, contra mulheres.
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Segundo a OMS, 87,5 pessoas em cada 100 mil habitantes cometem suicídio todos os anos em Lesoto. Isso é quase 10 vezes a média global (9 a cada 100 mil) e mais do que o dobro do próximo país da lista, a Guiana, na América do Sul, onde o número é de pouco mais de 40. O atual governo do país, inclusive, revelou o processo de elaboração de uma política nacional de saúde mental para lidar com a crise de saúde pública.